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Índice
- O que é a criptomoeda do Corinthians
- Como foi o lançamento e por que esgotou tão rápido
- O que são fan tokens e como funcionam
- Por que clubes estão lançando suas criptomoedas
- Vale a pena investir em criptomoedas de times?
- Riscos e cuidados com fan tokens esportivos
- Como comprar a criptomoeda do Corinthians
- Impacto da criptomoeda do Corinthians no mercado
- O que investidores iniciantes devem observar
- Conclusão
O que é a criptomoeda do Corinthians
A criptomoeda do Corinthians é um fan token, lançado oficialmente em parceria com a plataforma Socios.com. Trata-se de um ativo digital que permite aos torcedores interagirem com decisões simbólicas do clube. Não é uma ação. Não dá direito a parte dos lucros. É um título com valor simbólico e especulativo.
Esse token foi desenvolvido na blockchain Chiliz (CHZ), voltada para o universo esportivo. A proposta do Corinthians, ao adotar o modelo, é gerar engajamento com sua torcida e abrir uma nova frente de arrecadação. A primeira emissão do token foi limitada e, por isso, atraiu grande interesse.
Seu nome oficial é $SCCP. O preço inicial foi de aproximadamente R$ 2,00 por unidade, com limite de compra por CPF para evitar concentração. Mesmo assim, o volume se esgotou em duas horas após o início da venda pública em 13 de setembro de 2021.
Portanto, o fan token do Corinthians é um experimento que une paixão futebolística com dinâmicas do mercado cripto. Ele não garante valorização futura. É importante separar emoção de investimento.
Como foi o lançamento e por que esgotou tão rápido
O lançamento da criptomoeda do Corinthians seguiu o modelo "first come, first served". A venda começou às 10h da manhã e, antes do meio-dia, todos os tokens haviam sido comprados. Não houve leilão, nem fila preferencial. Quem chegou antes, comprou.
O interesse foi impulsionado por uma campanha intensa nas redes sociais e pela própria tradição do clube, que tem uma das maiores torcidas do Brasil. O número limitado de unidades gerou escassez artificial, o que aumentou a urgência dos compradores.
Outro fator que contribuiu foi a popularização recente dos fan tokens, com clubes europeus como PSG e Barcelona adotando estratégias semelhantes. Muitos viram no token do Corinthians uma oportunidade de revenda futura com lucro.
Por fim, a facilidade de acesso — bastava um app no celular — ajudou. Não era necessário entender sobre carteiras digitais ou exchanges. A compra podia ser feita com cartão, o que democratizou a participação.
O que são fan tokens e como funcionam
Fan tokens são ativos digitais que representam o vínculo simbólico entre um torcedor e um clube. Em geral, eles permitem votar em enquetes, participar de sorteios e acessar conteúdos exclusivos. Não dão direito a voto em decisões administrativas reais.
Esses tokens são criados em blockchain, o que garante escassez e transparência. Após a emissão, eles podem ser negociados em plataformas específicas, como a Socios.com, ou em exchanges parceiras. O preço varia conforme oferta e demanda.
Importante: fan tokens não são moedas estáveis. Seu valor pode cair rapidamente. Como dependem de fatores emocionais e noticiários, são altamente voláteis. Um gol ou uma derrota impacta o valor mais que fundamentos técnicos.
Funcionalmente, eles são comprados com criptomoedas como o CHZ. O torcedor precisa converter real em CHZ, e então usar esse saldo para adquirir o fan token. Algumas plataformas facilitam esse processo, mas o risco continua.
Por que clubes estão lançando suas criptomoedas
Clubes de futebol enxergaram nos fan tokens uma nova forma de monetização. Em um cenário de receitas pressionadas, bilheterias incertas e dívidas crescentes, vender engajamento digital virou uma saída concreta.
Além disso, o modelo permite arrecadar sem ceder participação societária. O Corinthians, por exemplo, manteve 100% do controle do clube ao emitir o $SCCP. O torcedor compra um produto emocional. O clube fatura em cima disso.
Outro ponto é a globalização da torcida. Com fan tokens, clubes podem vender experiências para torcedores fora do país, sem precisar montar lojas físicas ou firmar acordos locais. Tudo ocorre digitalmente.
Por fim, há o efeito manada. Clubes veem rivais adotando o modelo e sentem-se pressionados a não ficar para trás. Isso ajuda a explicar a adesão em massa, mesmo com poucos estudos de longo prazo sobre resultados.
Vale a pena investir em criptomoedas de times?
Depende do que se espera. Se o objetivo é participar como torcedor e apoiar o clube, pode fazer sentido. Se a ideia é especular com lucros futuros, o risco é alto. Fan tokens não são lastreados em ativos nem geram dividendos.
O valor de mercado desses tokens depende fortemente de variáveis instáveis: desempenho do time, popularidade de jogadores, cobertura da imprensa. Nada disso é previsível. Euforia e pânico andam lado a lado.
Há casos em que tokens valorizaram rapidamente após uma contratação de impacto. Mas há também situações em que perderam valor após uma sequência de derrotas. Isso torna o investimento imprevisível.
Portanto, investir nesses tokens deve ser encarado como entretenimento com potencial especulativo. Nunca como uma aplicação sólida para construção de patrimônio de longo prazo.
Riscos e cuidados com fan tokens esportivos
O principal risco dos fan tokens é o emocional. Muitos compram por paixão, ignorando fundamentos. Isso leva a decisões impulsivas, compras no topo e vendas no pânico. A volatilidade é brutal.
Outro problema está na liquidez. Nem todos os tokens têm mercado ativo. Em dias de baixa procura, pode ser difícil vender. E quando há compradores, o preço pode estar muito abaixo do esperado.
Além disso, há o risco tecnológico. Bugs na plataforma, falhas de segurança, perda de acesso à conta ou à chave privada podem resultar em perda total dos fundos. Não há garantia institucional.
Por fim, há um risco regulatório. A CVM ainda não tem regras claras sobre esses ativos. Isso cria um ambiente de insegurança jurídica, tanto para compradores quanto para emissores.
Como comprar a criptomoeda do Corinthians
Para adquirir o token $SCCP, siga os passos:
- Baixe o aplicativo Socios.com.
- Crie uma conta e conclua a verificação de identidade.
- Compre a criptomoeda CHZ (Chiliz) dentro do app.
- Utilize o saldo de CHZ para comprar o fan token $SCCP.
O pagamento pode ser feito com cartão de crédito, facilitando o acesso para quem nunca operou em exchanges. No entanto, taxas de conversão e volatilidade do CHZ devem ser consideradas.
Também é possível negociar tokens no mercado secundário, caso o estoque primário esteja esgotado. Nesses casos, o preço já não é o inicial — é definido pelo mercado, como ocorre com ações.
Impacto da criptomoeda do Corinthians no mercado
O sucesso do token do Corinthians gerou repercussão imediata no ecossistema de criptoativos esportivos. Mostrou que há demanda concreta no Brasil por ativos digitais ligados a clubes. Isso incentivou outras agremiações a seguirem o mesmo caminho.
Plataformas como Socios.com e exchanges passaram a incluir mais clubes nacionais em seus portfólios. A emissão de fan tokens ganhou força como estratégia de captação e visibilidade.
O episódio também atraiu atenção da mídia financeira tradicional, que passou a cobrir o fenômeno com mais seriedade. Isso ajudou a educar o público leigo e colocar os tokens esportivos no radar dos investidores iniciantes.
Por outro lado, criou-se também uma expectativa exagerada de lucros fáceis. Muitos viram o sucesso inicial como garantia de valorização futura, o que não se confirmou para todos os casos.
O que investidores iniciantes devem observar
O primeiro passo é entender que fan token não é investimento tradicional. É um ativo altamente especulativo, com valor associado à emoção, e não a fundamentos econômicos ou produtivos.
É essencial observar:
- Volume de negociação e liquidez diária.
- Histórico de preço e variação nos últimos meses.
- Plataforma emissora e seu histórico de segurança.
- Comunicação clara sobre os direitos atrelados ao token.
Por fim, nunca aloque um valor significativo nesses ativos. O ideal é limitar a exposição a uma pequena parcela do capital disponível, tratando o token como parte de uma carteira voltada ao risco controlado.
Conclusão
Fan tokens como o do Corinthians simbolizam a fusão entre paixão e tecnologia. Seu sucesso mostra uma tendência real, mas não elimina os riscos. Investidores devem manter os pés no chão e a razão em primeiro lugar.