O que é DREX? Tudo que você precisa saber sobre a moeda

Índice

Como surgiu o DREX no Brasil

Iniciativas do Banco Central

O DREX é uma iniciativa do Banco Central do Brasil, formalmente anunciada em março de 2023. O projeto nasceu da necessidade de digitalizar a moeda nacional sem depender de redes privadas ou estrangeiras. O nome “DREX” foi oficializado em agosto do mesmo ano, combinando as palavras “Digital”, “Real”, “Eletrônico” e “eXpansível”.

  • 2020: Início das pesquisas sobre o Real Digital
  • 2021: Lançamento do projeto-piloto do Real Digital
  • 2023: DREX é anunciado como nome oficial do Real Digital

Objetivos da criação do DREX

O DREX tem como foco modernizar o sistema financeiro, permitindo transferências seguras e instantâneas de ativos tokenizados. Ele não pretende substituir o Pix ou o dinheiro em espécie, mas sim facilitar negociações complexas, como compra e venda de imóveis, usando contratos digitais.

O que diferencia o DREX do Pix e do Real digital

O Pix é um sistema de pagamento criado para facilitar transferências instantâneas entre pessoas e empresas. Ele usa contas bancárias convencionais e funciona em tempo real.

O DREX é uma moeda digital programável. Não se trata de um método de pagamento comum, mas de uma nova camada tecnológica sobre o sistema financeiro.

Tipo de tecnologia usada

Enquanto o Pix usa infraestrutura bancária tradicional, o DREX opera sobre a DLT (Distributed Ledger Technology), permitindo rastreabilidade e execução automática de regras.

Propósito de uso e circulação

O Pix é voltado para o dia a dia. O DREX será usado para operações mais estruturadas, como compra de ativos tokenizados ou contratos inteligentes de investimento.

  • Pix: transferência simples e direta entre contas
  • DREX: liquidação de ativos com regras automatizadas

Ambos são complementares, mas o DREX abre portas para aplicações mais complexas e reguladas, como financiamento digital e garantias automáticas.

DREX é criptomoeda, stablecoin ou moeda digital?

Definição técnica de cada termo

  • Criptomoeda: ativo digital descentralizado, como o Bitcoin
  • Stablecoin: criptomoeda com valor atrelado a moedas fiduciárias
  • Moeda digital de banco central (CBDC): versão digital oficial de uma moeda nacional

Onde o DREX se encaixa

O DREX não é uma stablecoin nem uma criptomoeda. Ele é uma moeda digital oficial, emitida e controlada pelo Banco Central. Seu valor é idêntico ao do Real, mas não pode ser minerado ou negociado em exchanges públicas. A principal diferença está no controle estatal e na tecnologia de liquidação programável.

Como funciona o DREX na prática

Arquitetura de funcionamento

O DREX funciona em uma cadeia de emissão regulada. O Banco Central gera os tokens e os entrega a instituições financeiras autorizadas, que os repassam a usuários por meio de carteiras digitais.

Etapas de uma transação com DREX

  1. O usuário acessa uma carteira aprovada pelo Banco Central.
  2. Solicita a conversão de reais tradicionais em DREX.
  3. A conversão é registrada em uma blockchain privada nacional.
  4. O DREX pode então ser usado para transações com ativos digitais.

Um exemplo prático: imagine que alguém quer comprar um imóvel. Com o DREX, o pagamento só é realizado se a escritura for automaticamente transferida via contrato digital.

Esse modelo reduz fraudes e simplifica o processo, eliminando a necessidade de intermediários ou cartórios físicos em algumas etapas, como se vê também nas operações com contratos inteligentes.

Além disso, cada transação é registrada com precisão e pode ser auditada por órgãos reguladores, aumentando a segurança do sistema.

Principais vantagens e riscos do DREX

Vantagens:

  • Liquidação instantânea de ativos digitais
  • Maior rastreabilidade e transparência
  • Menor custo operacional e burocrático

Riscos:

  • Possível vigilância excessiva sobre transações
  • Dificuldade de acesso para a população não digital
  • Dependência de infraestrutura tecnológica segura

A digitalização amplia a eficiência, mas também exige garantias contra abuso de poder e falhas técnicas. A exclusão digital também é um risco concreto: milhões de brasileiros ainda não têm acesso estável à internet.

Impactos do DREX para investidores iniciantes

Facilidade de entrada em ativos digitais

Com o DREX, ativos como imóveis, precatórios e debêntures podem ser fracionados e vendidos em partes menores. Isso permite que iniciantes invistam com menos dinheiro.

Potencial de novas aplicações financeiras

O investidor poderá agendar aportes mensais em fundos tokenizados. Os contratos inteligentes farão esse processo de forma automática, sem precisar de um intermediário.

Exemplo de uso com DREX

Um investidor pode comprar parte de um título público tokenizado por R$ 50. O pagamento e a rentabilidade são controlados digitalmente, com regras definidas no momento da compra.

Tokenização via DREX

  • Redução de custos operacionais
  • Maior liquidez de ativos complexos
  • Negociação em tempo real com segurança regulada

Essas inovações democratizam o acesso ao mercado financeiro, mas exigem conhecimento e cuidados. A transparência é alta, mas o risco não desaparece.

DREX e a regulamentação do Banco Central

O DREX segue regras rígidas do Banco Central e é parte do sistema financeiro oficial. Diferente das criptomoedas privadas, ele nasce dentro do ambiente regulado estatal.

Ambiente de testes e instituições envolvidas

  • Nubank, Itaú e Banco do Brasil participam do piloto
  • 16 instituições autorizadas testam o DREX desde 2023
  • As operações seguem padrões de segurança cibernética

Sandbox regulatório

O DREX está em um ambiente chamado sandbox, onde o governo testa inovações com controle limitado de riscos. Isso garante que o projeto evolua com responsabilidade e supervisão.

Diferença entre DREX e moedas privadas

Bitcoin é descentralizado. Stablecoins dependem de empresas. O DREX, ao contrário, é estatal, auditável e regulado desde sua emissão até o uso final, reduzindo riscos jurídicos.

Ele não visa substituir o real físico, mas sim complementar sua função em ambientes digitais com mais rastreabilidade e controle.

Qual o papel do DREX no futuro das finanças digitais

O DREX deve integrar sistemas de finanças descentralizadas (DeFi), mas com regulação. Ele permitirá que bancos operem com contratos inteligentes e que pessoas físicas acessem investimentos mais eficientes. A tokenização de dívidas públicas e de imóveis é um exemplo real em teste desde 2024.

Integração com DeFi e contratos inteligentes

Com o DREX, será possível programar condições automáticas para pagamentos, empréstimos e investimentos. Isso reduz intermediários e pode aumentar a transparência das operações financeiras.

Inclusão bancária e digitalização

O DREX poderá atingir populações fora do sistema bancário, desde que se invista em acesso digital. Para investidores iniciantes, ele pode representar uma porta de entrada para um mercado antes restrito a poucos.

Conclusão

O DREX é uma tentativa concreta do Estado brasileiro de acompanhar a transformação financeira global. Com ele, o dinheiro ganha corpo digital, mas sem perder sua função regulada. Para quem investe, o DREX abre caminhos, mas exige atenção aos riscos e à realidade da inclusão digital.